Esta é uma pergunta que instigou os economistas da Escola Clássica e que levou Marx
a desenvolver o conceito da "mais-valia", que é descrita por Paul
Singer.
“Marx repensa
o problema nos seguintes termos: cada capitalista divide
seu capital em duas partes, uma para adquirir
insumos (máquinas, matérias-primas) e outra para comprar força de trabalho; a
primeira, chamada capital constante, somente transfere o seu valor ao produto
final; a segunda, chamada capital variável, ao utilizar o trabalho dos
assalariados, adiciona um valor novo ao produto final. É este valor adicionado,
que é maior que o “capital variável” (daí o nome "variável": ele se
expande no processo de produção), que é repartido entre capitalista e
trabalhador. O capitalista entrega ao trabalhador uma parte do valor que este
último produziu, sob- forma de salário, e se apropria do restante sob a forma
de mais-valia”.
Na verdade, o trabalhador produz mais do que foi
calculado, ou seja, a força de trabalho cria um valor superior ao estipulado
inicialmente. Esse trabalho excedente não é pago ao trabalhador e serve para
aumentar cada vez mais o capital. Insere-se neste ponto a questão da alienação
- o produtor não se reconhece no que produz; o produto surge como um poder
separado do produtor. O produto surge então como algo separado, como uma realidade
soberana – o fetichismo da mercadoria. Mas o que faz com que o homem não
perceba? A resposta, de acordo com Marx, está na ideologia dominante, que
procura sempre retardar e disfarçar as contradições politicamente. Portanto, a
luta de classes só pode ter como objetivo a supressão dessa extorsão e a
instituição de uma sociedade na qual os produtores seriam senhores de sua
produção.
Fica esclarecido, entretanto, que o que vai aos
parágrafos antecedentes é a afirmação marxista sobre mais-valia. Há outros
entendimentos sobre o valor das mercadorias, o trabalho, os investimentos e os
riscos envolvidos em sua produção que divergem diametralmente deste
entendimento e afirmam a inexistência da mais-valia tal como descrita no
marxismo.
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