23 de agosto de 2012

O pedido de condenação por Ricardo Lewandowski

Lewandowski segue linha do relator e pede condenação de quatro réus

Com os votos dados na quarta (22), o ministro Ricardo Lewandowski reconheceu que houve desvio de dinheiro público. Ele pediu a condenação de Pizzolato, Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz.

 O ministro Ricardo Lewandowski seguiu a mesma linha adotada pelo relator do processo do mensalão e votou pela condenação de quatro réus. Nesta quinta (23) ele julga o envolvimento do ex-presidente da câmara, deputado João Paulo Cunha.
O ministro vai votar a denúncia de corrupção nos contratos entre as empresas de Marcos Valério e a Câmara dos Deputados, quando o deputado João Paulo Cunha era o presidente. Já com os votos dados na quarta, o ministro Ricardo Lewandowski também reconheceu, como o ministro Joaquim Barbosa, que houve desvio de dinheiro público.
O ministro Ricardo Lewandowski começou tratando das acusações contra o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. Ele acompanhou o relator e pediu a condenação de Pizzolato por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
O ministro revisor disse que as provas não deixam dúvidas de que Pizzolato recebeu R$ 326 mil de Marcos Valério em troca da antecipação R$ 73 milhões do fundo Visanet para a agência de publicidade DNA, e por serviços que acabariam não sendo prestados.
“A vantagem ilícita oferecida tinha como objetivo que o acusado Henrique Pizzolato autorizasse antecipações de pagamento à agência DNA durante
a execução do contrato de publicidade firmado com Banco do Brasil”, disse.
Pizzolato recebeu o dinheiro em dois envelopes, mas disse que não sabia o que havia dentro. E que depois de receber os pacotes em casa, os entregou a um emissário do PT no Rio de Janeiro.
“Os procedimentos levados a efeito pelo acusado para o recebimento da quantia antes mencionada revelam a nítida intenção de dissimular e ocultar a origem e o verdadeiro beneficiário do valor”, explicou.
O ministro concordou também com a tese do relator Joaquim Barbosa de que houve desvio de recursos públicos. Assinalou que o fundo Visanet é público, já que tem o Banco do Brasil como um dos acionistas.
Ricardo Lewandowski analisou as acusações contra Marcos Valério e os sócios dele individualmente. E concluiu que os três participaram dos crimes e que tiraram proveito do dinheiro desviado de contratos com o Banco do Brasil e o fundo Visanet
“A Procuradoria-Geral da República, a meu ver, demonstrou que o acusado Marcos Valério, sócio da DNA, apropriou-se de recursos pertencentes em parte ao Banco do Brasil em conluio com o réu Henrique Pizzolato e outros”, afirmou.
Acompanhando o relator, o ministro Lewandowski condenou Marcos Valério e seus sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach pelos crimes de corrupção ativa e peculato.
Por fim, ele pediu a absolvição do ex-ministro Luiz Gushiken. Argumentou que não há provas de que ele soubesse ou tenha participado dos crimes e disse que as condenações devem se basear apenas em provas colhidas pela justiça, em uma referência aos depoimentos prestados à CPI dos Correios.
“Estou convencido que réu Luiz Gushiken não praticou as condutas que lhe foram imputadas. Concluída a longa fase instrutória, o que se produziu de prova contra o réu? Absolutamente nada”, disse.
Concluído o voto do ministro Ricardo Lewandowski vão falar os outros nove ministros sobre os temas já abordados por Joaquim Barbosa e Lewandowski. A sessão começa às 14h, e é a última desta semana.

FONTE: BOM DIA BRASIL

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