O Japão, principal importador do produto,
reconheceu Santa Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação --o melhor
status de classificação sanitária--, abrindo o seu mercado para a carne do
Estado.
No ano passado, o Japão importou 1,2 milhão de
toneladas de carne suína, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA)
--quase metade teve como origem o território norte-americano.
Segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs
(associação dos exportadores de carne suína), o Brasil deve conquistar de 30% a
35% do mercado japonês no longo prazo, o equivalente 360 mil toneladas.
Em 2011, o Brasil exportou 516 mil toneladas de suínos.
Só com o potencial de vendas ao Japão, poderia passar a 876 mil toneladas, o
que representaria aumento de 70% em relação ao ano passado.
Para 2013, primeiro ano do comércio, Camargo Neto estima
que os brasileiros possam
responder por 15% das importações japonesas.
Além do potencial para elevar o volume embarcado, o
presidente do Sindicarne (sindicato das indústrias da carne de Santa Catarina),
Clever Pirola Ávila, lembra que o Japão é reconhecido por comprar cortes com
maior valor agregado.
No mercado de carne de frango, o Brasil se especializou
no atendimento do mercado japonês, com a produção de cortes especiais, e hoje
domina as importações, com uma fatia de quase 90%.
PROXIMOS PASSOS
O reconhecimento sanitário era o principal entrave às
vendas da carne suína catarinense ao Japão --o Estado lidera a produção
nacional, com 25% de participação.
Com a questão resolvida, falta concluir pendências
burocráticas e aprovar uma lista de frigoríficos habilitados à exportação
--oito unidades devem compor a relação apresentada pelo governo.
O setor espera que os próximos passos sejam finalizados
até o final de 2012. "Podemos ter embarques para o Japão ainda neste
ano", afirma Camargo Neto.
A notícia veio em bom momento para os produtores de
suínos, que passam por uma das maiores crises do setor.
O aumento dos custos de produção e a baixa remuneração
fizeram muitos produtores desistir da atividade.
"É uma vitória, considerando a importância do Japão
nesse mercado", diz Marcelo Lopes, presidente da ABCS (associação dos
criadores).
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